O Diaconato Permanente
Não há ministério eclesial frutuoso sem o tempero da cruz gloriosa. É
preciso que o diácono seja capaz de abraçar a cruz como dom, como privilégio
para fazer o coração do servo pulsar no ritmo do Coração Redentor. Vivenciar o
amor de Cristo de tal modo que nem a tribulação, nem a angústia, nada nos possa
dele separar (1 Cor 8, 35 - 39).
O que é o diaconato?
Diaconato é o primeiro grau do sacramento da ordem. Os outros dois são o presbiterado e o episcopado, portanto, diáconos, presbíteros e bispos compõem a hierarquia da Igreja. As mãos lhes são impostas para o ministério e não para o sacerdócio. Com a ordenação o diácono deixa sua condição de leigo e passa a fazer parte do clero. Esse sacramento imprime caráter, que o faz diácono por toda a eternidade. Não há como retroceder.
O diaconato é coisa nova na Igreja?
Não. O diaconato foi instituído pelos apóstolos. Podemos ver em Atos 6, 1 - 6 a imposição de mãos sobre os primeiros sete diáconos: Filipe, Prócono, Nicanor, Tímon, Pármenas, Nicolau e Estevão que foi o primeiro mártir (At. 6,8-7,60). Podemos, ainda, ver outras referências como Fl. l,1 e 1 Tm. 3, 8 - ss. Permaneceu florescente na Igreja do ocidente até o século V, depois por várias razões desapareceu.
Quando foi restabelecido?
Foi restabelecido pelo Concílio Vaticano II. Inicialmente foi regulamentado pelo papa Paulo VI em 1967 no motu próprio "Sacrum Diaconatus Ordinem". Em 31 de março deste ano foram promulgados pela congregação para o clero as "Normas fundamentais para a formação dos diáconos permanentes" e "O diretório do ministério e da vida dos diáconos permanentes". Estes documentos deixam explícitos que "a restauração do diaconato permanente numa nação não implica a obrigação da sua restauração em todas as dioceses. Compete exclusivamente ao bispo diocesano restaurá-lo ou não".
Por que permanente?
Existem dois tipos de diáconos. O diácono transitório é aquele que recebe o sacramento da ordem no grau do diaconato para depois receber o segundo grau e tornar-se presbítero, ou padre conforme costumamos dizer. O diácono permanente sendo casado não pode ascender ao grau superior, ficando permanentemente como diácono.
Ficando viúvo o diácono permanente pode ser ordenado presbítero?
Na realidade pode. No entanto precisa de uma autorização especial e ainda de completar os estudos, da concordância do bispo e do conselho de presbíteros e de forma preponderante da certeza absoluta de sua vocação ao presbiterado. Contudo isto é importante: o diácono permanente que ficar viúvo não pode se casar novamente.
O que é necessário para se tornar diácono?
As normas da Igreja fazem algumas exigências: a formação deve durar pelo menos três anos (no mínimo mil horas) e deve conter obrigatoriamente teologia bíblica, dogmática, litúrgica e pastoral; o candidato deve estar casado há no mínimo cinco anos; tem que ter pelo menos 35 anos. Vida matrimonial e eclesial exemplares. Autorização verbal da esposa no momento da ordenação e por escrito, arquivada no processo.
Todas as dioceses têm normas específicas, exemplo: segundo grau completo, situação econômica estável, indicação do pároco, entrevistas com o bispo (inclusive esposas), idade superior a quarenta anos, retiros espirituais a cada seis meses para que se possa meditar sobre sua vocação; estar intimamente ligado a uma paróquia onde venha prestando valiosos serviços; complementar seus estudos com teologia moral, história da Igreja, direito canônico e mariologia. Ser homem de oração e assíduo na freqüência aos sacramentos.
Alguém pode se apresentar como candidato ao diaconato?
De modo geral o candidato é escolhido entre aqueles que se sobressaem na comunidade por sua espiritualidade e engajamento na paróquia, todavia, nada impede que alguém explicite ao pároco ou mesmo ao bispo diocesano sua vocação de servir à Igreja como ministro ordenado.
Quais são as funções do diácono?
Diaconia quer dizer serviço, então o diácono é ordenado para servir. Faz parte do ministério do Cristo Servo, "que veio para servir e não para ser servido". A Lumem Gentium diz que: servem o povo de Deus na diaconia da liturgia, da Palavra e da caridade. ( LG 29). Na liturgia eucarística o diácono tem funções próprias: servir o altar, proclamar o Evangelho, convidar para o abraço da paz, purificar os vasos sagrados e fazer a despedida. Deve, ainda, incentivar a assembléia para uma participação correta e efetiva na Divina Liturgia.
Então o diácono só não pode consagrar?
Não é assim. O diácono é ordenado para o serviço e não para o sacerdócio. Na realidade o diácono é ministro ordinário dos Sacramentos: do batismo e matrimônio. É também ministro ordinário da comunhão eucarística. Pode ainda ministrar todos os sacramentais; dar as bênçãos próprias de ministro ordenado (objetos de devoção, casas, automóveis, etc.), inclusive a bênção com o Santíssimo Sacramento. Tem ainda a faculdade de presidir à celebração do matrimônio.
O diácono pode exercer seu ministério em qualquer paróquia?
Teoricamente pode exercer seu ministério em qualquer lugar do mundo, afinal de contas ele recebeu um sacramento válido e a Igreja é una, santa e católica, ou seja, é universal, no entanto o diácono está intimamente ligado ao bispo diocesano a quem deve plena obediência. O bispo pode colocá-lo como auxiliar de um pároco, contudo, ele tem a faculdade de auxiliar em outra paróquia desde que disponha de tempo e tenha a autorização do titular competente.
Como fica a vida matrimonial do diácono?
Os documentos de "Santo Domingo" nos dizem que o diácono permanente é o único a viver a dupla sacramentalidade - da ordem e do matrimônio. Um não elimina o outro. A vida matrimonial é portanto vivida em sua plenitude. Esta é a razão pela qual a esposa tem que autorizar, por escrito e de viva voz, no momento da ordenação, que o bispo tem a sua autorização irrevogável para ordenar seu marido.
O diácono recebe ordenado ou remuneração pelo serviço?
Absolutamente nada. Todo seu trabalho é uma doação à Igreja, no entanto nada impede que seja ressarcido de todos os gastos que venha a fazer como, por exemplo, o combustível que gasta em suas locomoções para o exercício de seu ministério. Geralmente o diácono além de nada receber, presta sua ajuda pecuniária à paróquia onde presta seus serviços.
Porque a estola do diácono é diferente?
A estola do sacerdote desce verticalmente ao longo do corpo para mostrar a verticalidade de seu ministério. Sendo pontífice ele faz ponte, faz ligação entre Deus e o homem através do sacrifício apresentado a Deus "in persona Christi". O ministério do diácono é voltado para o serviço à comunidade. A estola atravessada no peito mostra a horizontalidade de suas funções.
Hà muitos diáconos permanentes no Brasil?
O Brasil conta hoje com cerca de 1.258 diáconos.
Existe alguma diaconisa?
Não. Sempre foi norma na igreja católica conceder o sacramento da ordem apenas aos homens. As "diaconisas" de que fala a Bíblia Sagrada não receberam imposição das mãos, mas apenas exerciam a "diaconia " (serviço) em suas comunidades.
Existe uma diretoria como a CNBB para os bispos?
Sim. Existe a Comissão nacional dos diáconos com seu presidente e auxiliares. Existe também em cada regional a Comissão regional dos diáconos. Onde há grande número de diáconos, há a Comissão diocesana dos diáconos.
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Por Alberto Magno, Site da Catedral de Brasília - www.catedral.org.br
O que é o diaconato?
Diaconato é o primeiro grau do sacramento da ordem. Os outros dois são o presbiterado e o episcopado, portanto, diáconos, presbíteros e bispos compõem a hierarquia da Igreja. As mãos lhes são impostas para o ministério e não para o sacerdócio. Com a ordenação o diácono deixa sua condição de leigo e passa a fazer parte do clero. Esse sacramento imprime caráter, que o faz diácono por toda a eternidade. Não há como retroceder.
O diaconato é coisa nova na Igreja?
Não. O diaconato foi instituído pelos apóstolos. Podemos ver em Atos 6, 1 - 6 a imposição de mãos sobre os primeiros sete diáconos: Filipe, Prócono, Nicanor, Tímon, Pármenas, Nicolau e Estevão que foi o primeiro mártir (At. 6,8-7,60). Podemos, ainda, ver outras referências como Fl. l,1 e 1 Tm. 3, 8 - ss. Permaneceu florescente na Igreja do ocidente até o século V, depois por várias razões desapareceu.
Quando foi restabelecido?
Foi restabelecido pelo Concílio Vaticano II. Inicialmente foi regulamentado pelo papa Paulo VI em 1967 no motu próprio "Sacrum Diaconatus Ordinem". Em 31 de março deste ano foram promulgados pela congregação para o clero as "Normas fundamentais para a formação dos diáconos permanentes" e "O diretório do ministério e da vida dos diáconos permanentes". Estes documentos deixam explícitos que "a restauração do diaconato permanente numa nação não implica a obrigação da sua restauração em todas as dioceses. Compete exclusivamente ao bispo diocesano restaurá-lo ou não".
Por que permanente?
Existem dois tipos de diáconos. O diácono transitório é aquele que recebe o sacramento da ordem no grau do diaconato para depois receber o segundo grau e tornar-se presbítero, ou padre conforme costumamos dizer. O diácono permanente sendo casado não pode ascender ao grau superior, ficando permanentemente como diácono.
Ficando viúvo o diácono permanente pode ser ordenado presbítero?
Na realidade pode. No entanto precisa de uma autorização especial e ainda de completar os estudos, da concordância do bispo e do conselho de presbíteros e de forma preponderante da certeza absoluta de sua vocação ao presbiterado. Contudo isto é importante: o diácono permanente que ficar viúvo não pode se casar novamente.
O que é necessário para se tornar diácono?
As normas da Igreja fazem algumas exigências: a formação deve durar pelo menos três anos (no mínimo mil horas) e deve conter obrigatoriamente teologia bíblica, dogmática, litúrgica e pastoral; o candidato deve estar casado há no mínimo cinco anos; tem que ter pelo menos 35 anos. Vida matrimonial e eclesial exemplares. Autorização verbal da esposa no momento da ordenação e por escrito, arquivada no processo.
Todas as dioceses têm normas específicas, exemplo: segundo grau completo, situação econômica estável, indicação do pároco, entrevistas com o bispo (inclusive esposas), idade superior a quarenta anos, retiros espirituais a cada seis meses para que se possa meditar sobre sua vocação; estar intimamente ligado a uma paróquia onde venha prestando valiosos serviços; complementar seus estudos com teologia moral, história da Igreja, direito canônico e mariologia. Ser homem de oração e assíduo na freqüência aos sacramentos.
Alguém pode se apresentar como candidato ao diaconato?
De modo geral o candidato é escolhido entre aqueles que se sobressaem na comunidade por sua espiritualidade e engajamento na paróquia, todavia, nada impede que alguém explicite ao pároco ou mesmo ao bispo diocesano sua vocação de servir à Igreja como ministro ordenado.
Quais são as funções do diácono?
Diaconia quer dizer serviço, então o diácono é ordenado para servir. Faz parte do ministério do Cristo Servo, "que veio para servir e não para ser servido". A Lumem Gentium diz que: servem o povo de Deus na diaconia da liturgia, da Palavra e da caridade. ( LG 29). Na liturgia eucarística o diácono tem funções próprias: servir o altar, proclamar o Evangelho, convidar para o abraço da paz, purificar os vasos sagrados e fazer a despedida. Deve, ainda, incentivar a assembléia para uma participação correta e efetiva na Divina Liturgia.
Então o diácono só não pode consagrar?
Não é assim. O diácono é ordenado para o serviço e não para o sacerdócio. Na realidade o diácono é ministro ordinário dos Sacramentos: do batismo e matrimônio. É também ministro ordinário da comunhão eucarística. Pode ainda ministrar todos os sacramentais; dar as bênçãos próprias de ministro ordenado (objetos de devoção, casas, automóveis, etc.), inclusive a bênção com o Santíssimo Sacramento. Tem ainda a faculdade de presidir à celebração do matrimônio.
O diácono pode exercer seu ministério em qualquer paróquia?
Teoricamente pode exercer seu ministério em qualquer lugar do mundo, afinal de contas ele recebeu um sacramento válido e a Igreja é una, santa e católica, ou seja, é universal, no entanto o diácono está intimamente ligado ao bispo diocesano a quem deve plena obediência. O bispo pode colocá-lo como auxiliar de um pároco, contudo, ele tem a faculdade de auxiliar em outra paróquia desde que disponha de tempo e tenha a autorização do titular competente.
Como fica a vida matrimonial do diácono?
Os documentos de "Santo Domingo" nos dizem que o diácono permanente é o único a viver a dupla sacramentalidade - da ordem e do matrimônio. Um não elimina o outro. A vida matrimonial é portanto vivida em sua plenitude. Esta é a razão pela qual a esposa tem que autorizar, por escrito e de viva voz, no momento da ordenação, que o bispo tem a sua autorização irrevogável para ordenar seu marido.
O diácono recebe ordenado ou remuneração pelo serviço?
Absolutamente nada. Todo seu trabalho é uma doação à Igreja, no entanto nada impede que seja ressarcido de todos os gastos que venha a fazer como, por exemplo, o combustível que gasta em suas locomoções para o exercício de seu ministério. Geralmente o diácono além de nada receber, presta sua ajuda pecuniária à paróquia onde presta seus serviços.
Porque a estola do diácono é diferente?
A estola do sacerdote desce verticalmente ao longo do corpo para mostrar a verticalidade de seu ministério. Sendo pontífice ele faz ponte, faz ligação entre Deus e o homem através do sacrifício apresentado a Deus "in persona Christi". O ministério do diácono é voltado para o serviço à comunidade. A estola atravessada no peito mostra a horizontalidade de suas funções.
Hà muitos diáconos permanentes no Brasil?
O Brasil conta hoje com cerca de 1.258 diáconos.
Existe alguma diaconisa?
Não. Sempre foi norma na igreja católica conceder o sacramento da ordem apenas aos homens. As "diaconisas" de que fala a Bíblia Sagrada não receberam imposição das mãos, mas apenas exerciam a "diaconia " (serviço) em suas comunidades.
Existe uma diretoria como a CNBB para os bispos?
Sim. Existe a Comissão nacional dos diáconos com seu presidente e auxiliares. Existe também em cada regional a Comissão regional dos diáconos. Onde há grande número de diáconos, há a Comissão diocesana dos diáconos.
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Por Alberto Magno, Site da Catedral de Brasília - www.catedral.org.br
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