O ASSUNTO É VOCAÇÃO
BATISMO –
FONTE DE TODA VOCAÇÃO
O
significado de “vocação” brota do batismo. É a base para compreendermos o
sentido das vocações e dos ministérios na Igreja. “A partir do batismo, todos
somos chamados à santidade, à fé e ao seguimento de Jesus. Todas as outras
vocações nascem da vocação batismal”. O batismo é a base de todos os
ministérios.
Somos batizados em
nome da Santíssima Trindade. Deus é a fonte da vocação. Tudo é dom e graça de
Deus. Deus Pai nos chama para a vida e para a dignidade de filhos e filhas de
Deus. O filho Jesus, enviado do Pai ao mundo, é nosso Salvador. Ele chama os
discípulos, os instrui e os envia em missão. Hoje, ele continua chamando, uns
para o ministério ordenado, outros para a vida religiosa, outros para a missão
como leigos na Igreja e no mundo, como “sal e luz”. É o Espírito Santo que age,
ilumina, anima e conduz a missão de todos os vacacionados.
Cada pessoa batizada
tem a responsabilidade de viver bem o chamado, mas também de contribuir para
que os outros tenham condições de responder ao chamado de Deus para seguir
Jesus Cristo e servir aos irmãos
A VOCAÇÃO É AMAR
Jesus
nos dá talentos, qualidades. Cada um tem um talento próprio e todo mundo tem
qualidades.
Faça uma lista de qualidades que você
tem e que poderia colocar a serviço dos outros:
Os talentos (qualidades) não podem ser
enterrados.
É isso mesmo: os talentos devem ser
utilizados para ajudar as pessoas, fazendo com que o mundo seja mais feliz.
É muito sério quando não queremos
partilhar nossos dons. Veja o que Jesus disse a esse respeito: "Servo mau
e preguiçoso... Jogai-o nas trevas onde haverá choro e ranger de
dentes..."(Mt 25,26-30).Se Jesus, que amava tanto as pessoas disse isso, é
porque a questão dos talentos é muito importante.
A pessoa humana traz dentro de si as marcas do
amor. Fomos criados por amor e com a missão de amar. Foi Deus quem nos amou por
primeiro. Por amor enviou seu filho Jesus ao mundo para ensinar o caminho do
amor, da justiça, do perdão, da vida e da misericórdia a toda humanidade. Viver
uma vocação é viver o amor. Quem é egoísta, auto-suficiente, fechado em si
mesmo, ganancioso, jamais vai viver uma vocação.
A
primeira característica de uma
vocação é a gratuidade, a entrega de si sem esperar recompensa, a doação de sua
vida sem esperar elogios e reconhecimento. Isto vale para todas as vocações,
serviços e ministérios na Igreja, quer ordenado, quer leigos. “Sem o amor não é
possível pensar em vocações verdadeiras”.
Quem ama
manifesta os
sinais de amor. O primeiro sinal de amor é com Deus, fonte e princípio de toda
vocação. O(a) vocacionado(a) está em continua união com Deus através da oração,
da leitura da Bíblia, da participação nos sacramentos, na caridade, no perdão,
na acolhida. Mas o amor a Deus nos leva ao amor aos irmãos especialmente, os
mais excluídos e necessitados.
VOCAÇÃO
COMO SERVIÇO
Somos povo de Deus, povo de servidores. A vocação
está na dimensão do serviço. Sem esta atitude a vocação torna-se um “poder ou
um privilégio”, distante da vida e do povo.
Não querer partilhar meus dons e pô-los
a serviço, é o mesmo que não querer ocupar meu lugar de tijolo na construção
que Deus projetou para nós.
Não se esqueça que você é muito
importante, mas que as pessoas que estão ao seu lado também o são. Por isso,
devemos respeitar e valorizar a cada um com seus dons próprios.
Nossa vida é uma caminhada:
Desde o meu nascimento até a morte,
estou a caminho: para Deus e para os outros.
Não estou parado e não posso
parar.Cruzar os braços, parar significa morrer.
A vida é dinâmica, é movimento, é
crescimento, é caminhada.Deus me chamou à vida e, portanto, me chamou a
percorrer um caminho.
Na
catequese é
importante insistir que toda pessoa precisa olhar para a sua decisão vocacional
“como um serviço a Deus, a Igreja e aos irmãos e não como uma ascensão social
ou busca de uma posição privilegiada na Igreja ou na sociedade”.
Qual a finalidade (para que) da
vocação?
No centro da vocação está a MISSÃO. E
no centro da Missão não está a própria pessoa do chamado, porém o povo a quem
se destina ou é enviado.
A finalidade da vocação-missão não está
fundamentalmente na linha do fazer mas na linha do ser: sou padre, sou leigo,
sou religioso(a), sou profeta, sou missionário...
AS VOCAÇÕES HOJE:
Atualmente se diz que em uma mesma
pessoa há três dimensões da vocação:
dimensão humana - dimensão cristã - dimensão
específica
Não são três degraus, que se colocam,
um após o outro: são três aspectos intimamente ligados entre si.
Quando um desses aspectos cresce e se
desenvolve, automaticamente os outros também deverão crescer.
Cada um de nós é: Escolhido – Convidado
– Chamado por Deus, para possuir, livremente todos estes aspectos da vocação,
que marcarão profundamente nossa vida.
VOCAÇÃO HUMANA
Na Bíblia o homem é chamado para: Ser pessoa - Ter união com Deus - Dialogar com
Deus.
Mas o homem não se realiza sozinho,
pois, o homem é essencialmente social. Nesse esforço conjunto, chamado de
SOCIEDADE, é importante o trabalho exercido pelo homem, para colocar a natureza
a serviço dos planos humanos.
Esta é a vocação natural do homem! Vocação na Igreja.
Vocação
é chamado. Mas, quem é o sujeito da vocação? Aquele que chama: Iahweh, Deus, o
Senhor.
É Deus quem chama e envia. A iniciativa
é de Deus.
Quem é o objeto da vocação? A pessoa
humana concreta. Ela que é chamada. Na concretude da pessoa Deus leva em conta
o nome, família, idade, situação histórica... circunstâncias próprias de cada
um.
A vocação afeta a pessoa no mais
profundo do seu íntimo: "Deixei-me seduzir..."
Não são as características pessoais de
cada um que determinam a vocação. Pelo contrário, aparece bem destacada a
incapacidade radical (ontológica) do homem: Não sei falar, sou apenas uma
criança, não conheço varão, envia outro...
A atitude fundamental da pessoa
chamada-enviada só consiste na aceitação alegre e agradecida do envio:
"Eis-me aqui" (Magnificat).
O chamamento de Deus se faz ouvir ao
homem através de várias mediações
- o primeiro mediador é Jesus.
- como sinal da mediação de Jesus,
aparece o Povo de Deus, a comunidade, a Igreja.
1 - VOCAÇÃO LAICAL:
É a vocação de todo batizado.
Sua origem está nos sacramentos do
Batismo e da Crisma.
Sua missão é formar comunidade, transformar o mundo e melhorar a qualidade de
vida das pessoas, assumindo uma profissão específica.
São os portadores do amor de Jesus
Cristo no meio da família e da sociedade.
O fiel cristão leigo pode ser solteiro,
casado ou consagrado no meio do mundo.
Casar ou ficar solteiro é uma opção de
vida.
Existe, ainda, a consagração a Deus no
meio do mundo.
Essa consagração pode ser individual e
espontânea ou num Instituto Secular.
Existem no Brasil muitos Institutos
Seculares masculinos e femininos. Essa vocação é uma forma mais livre de se
consagrar a Deus, exercendo uma profissão específica.
2 - VOCAÇÃO RELIGIOSA:
Essa vocação é assumida por pessoas que
se sentiram chamadas por Deus a doarem suas vidas por uma causa.
Trata-se da consagração a Deus
assumindo os votos de pobreza, castidade e obediência, ingressando numa
Congregação ou Ordem Religiosa.
Os religiosos e religiosas são os
sinais visíveis do amor de Jesus Cristo pela sua Igreja e pelo mundo.
As Congregações masculinas podem ser
apostólicas e contemplativas.
As apostólicas estão inseridas nas
atividades da Igreja, no meio da sociedade e do mundo. Atuam junto às
paróquias, escolas, doentes, crianças, jovens, migrantes, pobres...
As contemplativas reproduzem a dimensão
de Cristo “orante”. São as pessoas chamadas a viverem nos mosteiros nos mais
variados estilos.
A maioria das congregações tem padres e
irmãos ou freis consagrados.
Algumas congregações têm exclusivamente
irmãos.
As Congregações femininas também podem
ser ativas ou contemplativas.
As religiosas se consagram a Deus e são
chamadas de Irmãs. Juntamente com os votos de castidade, obediência e pobreza,
as irmãs dedicam suas vidas ao carisma a que se sentiram chamadas.
A Igreja Católica possui também muitos
Institutos de Vida Apostólica.
3 - VOCAÇÃO SACERDOTAL
Jesus Cristo continua chamando pessoas
para darem continuidade à sua obra de amor, a construção do reino de Deus.
A vocação sacerdotal é um dom de Deus
para a Igreja e para o mundo.
O diácono, o padre e o bispo recebem da
Igreja o “sacramento da ordem”.
Um jovem para ser padre deve ingressar
num seminário e estudar, a partir do segundo grau, as faculdades de filosofia e
teologia.
A vocação ao sacerdócio não é:
- Um sentimento: costuma-se dizer ´eu sinto a
vocação´. Na verdade a vocação não se sente. É, antes, uma certeza interior que
nasce da graça de Deus que me toca a alma e que me pede uma resposta livre.
Caso Deus chame, a certeza irá crescendo na medida em que a sua resposta for
mais generosa.
- Um destino irrevogável, iniludível: Muitos
acreditam que quem tem a vocação vai porque vai. Não! A vocação é um mistério
de amor e o amor é livre. Se eu não respondo com generosidade, o chamado de
Deus fica frustrado.
- Um refúgio para quem tem medo da vida.
- Uma carreira como qualquer outra. Não! É uma
história de amor.
4 - A VOCAÇÃO DO CATEQUISTA
O catequista é
chamado a ser testemunha de Jesus Cristo. Testemunhar não significa discursar
sobre, mas viver intensamente o Evangelho configurando-se Àquele que primeiro
nos amou e nos escolheu: “Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos
escolhi” (Jo 15, 16). Não se pode anunciar aquilo que ainda não se
experimentou. O catequista precisa ter essa consciência de que a missão não é
mérito seu, mas lhe foi confiada. Não se trata de realização pessoal, mas algo
muito maior, ou seja, o catequista é um eleito de Deus para exercer esta
vocação específica no seio da Igreja. Vocação esta que não pode ser vivida fora
do contexto do amor.
Infelizmente
existem muitos catequistas que estão sempre reclamando de tudo e de todos,
principalmente de seus próprios catequizandos, “ninguém quer saber de nada...”.
Vivem dando ultimatos às crianças e adolescentes: “se vocês não fizerem vocês
vão vê...”. Com freqüência ameaçam abandonar a pastoral, “só vou ficar mais
este ano, porque já não agüento mais...” e por aí vai. Não são felizes! O
catequista não pode ser alguém infeliz.
Na Carta aos
Gálatas encontramos o resumo de como deve ser a vida do catequista: “Já não sou
eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne,
vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”
(Gl 2,20). Os catequizandos precisam enxergar isso nos seus catequistas,
através de suas ações e não apenas de suas palavras. O catequista precisa
deixar-se seduzir a cada dia por Deus e envolver-se por seu amor infinito, ao
ponto de já não viver por si mesmo, mas por Cristo.
Desta forma,
encarnando o Evangelho em sua vida, o catequista conseguirá atrair os seus
catequizandos para Cristo, numa adesão incondicional ao projeto de Jesus. E sua
alegria será infinita, porque sabe que apesar das suas limitações Deus continua
agindo no mundo por meio dele, oferecendo sempre uma nova oportunidade à
humanidade.
De fato, é esse
amor que nos impulsiona na missão a nós foi confiada. O catequista, deve ser um
especialista no amor, porque é alguém que teve um encontro pessoal com Jesus
Cristo e é comprometido com o seu projeto de construção e edificação do Reino.
Eis, portanto, a
missão do catequista: anunciar com palavras e, sobretudo, ações, o amor
infinito de Deus.
FELIZ DIA DO CATEQUISTA!
excelente texto, muito bem elaborado, fica fácil de orientar as crianças e até mesmo os leigos adultos
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